sexta-feira, 25 de junho de 2010

Três dicas espertas para reciclar os livros usados

Três dicas espertas para reciclar os livros usados

"Você sabia que os brasileiros leem, em média, 4,7 livros por ano? Quem possui ensino superior lê mais, 8,3 obras."

Está lá, na matéria. Estava lendo outro dia não sei onde, para nos "treinarmos" para ler, que era para começar lendo 1 livro por mês. Só aí já seriam 12 livros por ano. Isto para quem não lê nada. Bom, pela pesquisa do IBGE, se a média é de 4,7 livros/ano, 12 livros representariam quase o triplo.

Aí o autor do artigo diz para se tentar passar para a média de 1 por semana. Bem. Meta ambiciosa. Não é que seja impossível. Depende do que vc faz com o resto do seu tempo, se é um procrastinador (como eu), como lê, que tipo de livro lê. Se eu pegar um romance ou suspense, e estiver à toa, sou capaz de ler em 1 dia. Mas um livro de referência não se trata assim. Há que se deter, sublinhar (ainda que metaforicamente), retornar a trechos importantes ou duvidosos... às vezes reproduzir alguns deles, discuti-los... E há alguns livros que se arrastam. Sou daquelas obsessivas. Raramente deixo de ir até o final de algum livro. Nem me lembro se isto já aconteceu. Posso achar ruim, horrível, me livrar do livro tão logo vire a última página - caso de Pride and Prejudice & Zombies, caça-níqueis que um espertinho escreveu, colando um monte de besteiras no texto impecável de Jane Austen - mas leio o dito cujo como quem faz o dever de casa. Resquícios da educação escolar e materna rígidas? Acho que não. Pois em outras matérias eu dava um jeitinho tranquilamente, e enrolava, como faço até hoje. Tudo de que não gosto eu adio. Procrastinação é minha especialidade.

Já se eu pudesse escolher uma profissão para mim, esta seria ler. Gosto de escrever, mas até nisto eu enrolo. Mas a leitura é diferente. Muito, mas muito antes de completar o ensino superior, minha média de leitura já era bem maior do que 8,3 obras/ano. Por óbvio. Junte a fome com a vontade de comer: o que nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Eu gosto de ler porque gosto ou porque não tinha outras opções de lazer? Disseram-me recentemente que é "cafoninha falar que pobre não gosta de estudar e ambiciona ganhar dinheiro com futebol". Bom, quem disse isso distorceu completamente minhas palavras, e só me conheceu agora. Mal sabe que nasci pobre, pobre de marré de si. Eu sempre gostei de estudar, gosto de futebol, obviamente não vou ganhar dinheiro com isso, talvez haja alguma chance, quem sabe, de ganhar dinheiro na mega-sena (talvez se eu tivesse estudado menos, e tivesse feito concurso pra copeira do judiciário, do legislativo, quem sabe, agora que estão pleiteando um aumento de 25%, e esse povo pode chegar a ganhar 8 mil reais de salário, néam?).

Mas um reparo: me dá uma agonia danada ver os livrinhos sendo cortados... ah isso dá. Ui, que aflição.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Jane Austen: Amor e Amizade

http://en.wikipedia.org/wiki/File:CassandraAusten-JaneAustenBackView(1804).jpg


Amor e Amizade é uma história juvenil de Jane Austen, datada de 1790. Dos 11 aos 18 anos, Jane escreveu suas histórias em três cadernos, que ainda existem - um na Bodleian Library; os outros dois no Museu Britânico. Entre eles se inclui Amor e Amizade (Love e Freindship - com essa grafia mesmo), escrito quando Jane tinha 14 anos, e A História da Inglaterra, quando ela tinha 15 anos.
Em forma de cartas, como sua última obra não publicada, Lady Susan, acredita-se que esta história foi escrita para o divertimento de sua família. As cenas, concebidas como cartas da heroína Laura para Marianne, a filha de sua amiga, Isabel, "a Condessa de Feuillide", podem ter sido idealizadas como leituras noturnas para a jovem Jane. Amor e Amizade (observe-se que o erro de grafia do título não é o único no texto) é claramente uma paródia das novelas  que Austen lia quando criança. Isto fica claro do subtítulo, "Enganada na amizade e traída no amor", que subverte completamente o título.
Em sua forma, parece-se com um conto de fadas como qualquer outro, apresentando coincidências aqui e ali e reviravoltas da sorte, mas Austen está determinada a ridicularizar as convenções das histórias românticas, até mesmo os desmaios, que sempre acabam mal para as personagens femininas.
Nesta história, pode-se observar o desenvolvimento do talento perspicaz e desdém pela sensibilidade romântica, tão típica de suas últimas obras.


Tradução livre de artigo da Wikipedia (http://en.wikipedia.org/wiki/Love_and_Freindship)


Disponível em inglês, grátis, versão em áudio: 


http://freebooksread.blogspot.com/search/label/Jane%20Austen


Para leitura:


http://www.bookrix.com/book.php?bookID=audio.books_1263908567.1150629520&page=3&preview=&MaxW=1280&tm=1276137696&zoom=



segunda-feira, 7 de junho de 2010

Memories


1995. Chegamos a NYC, eu e Déa, viagem corrida, tinha acabado de mudar de setor, resolvemos economizar na diária (sempre pagávamos 1 a mais p/ podermos deixar logo as bagagens no quarto, descansar um pouco, etc., e isso numa época em que check-in era 12 h). Também pela primeira vez achamos de ñ ficar na altura da 47, como sempre, ñ sei pq, ficamos num hotel na 33, do lado do Empire State. Concierge mal-encarado, rua idem, ñ tinha segurança nenhuma então, e sequer se conseguia uma deli aberta depois das 19 h. O bônus: ficar de queixo caído olhando pro Empire a cada dia com uma iluminação diferente. Não cansava e não canso, podem me chamar de provinciana.
A piada: pois como eram os tempos de chegar cedinho lá (e tinha armário pra guardar as malas), fomos pra rua começar a bater perna antes de 9 da manhã, que remédio, néam?!?! Só que naquele dia caiu uma tempestade na cidade. Poizé. Do tipo de botar abaixo um prédio de 3 andares no Brooklyn ou em New Jersey, ñ lembro mais. E nós, sem guarda-chuva e sem ter pra onde correr (comércio só às 9) na Quinta Avenida, ficamos ensopadas. Eu, particularmente, com um casaco de lã com ombreiras (era a moda, ué), fiquei cômica. Déa só fazia apertar as ombreiras e as ditas cujas faziam aquele squish-squish. Um frio de matar (claro, o vento típico, com a gente molhada, o que se podia esperar?), e só nos restava andar até encontrar algum refúgio. 
E assim fizemos, até chegar ao Plaza, na 59. A chuva era fininha, mas inclemente. Tiritávamos de frio. E vimos o Mickey Mantle's, esse barzinho salvador, com um pequeno aglomerado na porta. Decepção. Fechado. Todos na mesma situação que a nossa. Mas não tinha jeito. Dali não sairíamos. Aguentamos, não sei se abriu 11:30 ou meio-dia, mas, finalmente, abriu. Só ñ digo que foi invadido porque todo mundo era razoavelmente educado, mas realmente, o desespero era grande, assim como o frio e a fome. Pela primeira vez eu comi chili. Acabei de lembrar disso! Como tinha pimenta! Devo ter tomado um balde de coca-cola junto, ñ sei, o que lembro é o ambiente, a memorabilia do bar, tudo tão discreto, o aconchego, o conforto - literal e figurativo. Passei um tempo recolhendo guardanapos de diversos lugares para uma prima que os colecionava. Agora eu os guardo para uso (já repararam que mesmo que vc ñ use os garçons simplesmente têm de jogá-los no lixo? oh horror!). Têm 1001 utilidades.
Pois bem. Revirando minhas coisas, que estou arrumando, achei o guardanapo, aqui escaneado. 15 anos.
Em 2007, depois de 8 anos sem voltar à cidade, fui revisitar alguns pontos. Um deles é a Famiglia Pizzeria. É preciso deixar claro que ñ sou rica nem gourmet. Viajo de econômica e com budget. E está ótimo - pelo menos viajo, porque é assim que me energizo e crio memórias. Uma delas está ligada a esse lugar: quando fomos ao musical Cats, eu e Déa, e saímos no meio, logo depois de Memories, pq foi a única coisa que se tolerava, naquele ponto fora de mão, e com a fome que estávamos, o primeiro "buraco" que vimos foi essa pizzaria. Algo assim como uma Parmê. Kind of. Apesar de ter retrato de artistas na parede, famosos, ñ lembro quais (De Niro? ou seria Pacino?). Well. Serviu a seu propósito. Pedimos 2 fatias de 'white pizza' com coca, e nos fartamos. Virou tradição. Era assim conosco. Saint Patrick, Barnes, Hard Rock, Planet, Brooklin Bridge, Phantom of the Opera, Met... a mãe de minha amiga sempre falava: mas vcs vão de novo para Nova York? Ninguém entendia, fazer o quê? Paixão é paixão. Meus filhos entenderam de cara. Minha sobrinha também.
Déa morreu em 1999. Quando saímos de Paris para lá, ela já estava bastante doente, e quando chegou na Broadway, ela chorou, e disse que nunca mais voltaria a ver aquilo ali. Penso no tempo, no envelhecimento, em como o câncer é cruel, fico aterrorizada com a possibilidade de desenvolver demência, como minha mãe, mas, no final das contas, há tantas coisas vividas, e, como diz o rabino Nilton Bonder, há que se planejar como se fôssemos viver para sempre, mas vivermos como se pudéssemos morrer no próximo segundo.
Deus é misericordioso. 

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