Dinheiro é coisa séria, especialmente para quem nasceu sem nenhum. Lógico, todo mundo vem ao mundo zerado, mas alguns já têm uma conta bancária à sua espera. Não foi o meu caso. Mami & papi eram pobres e ainda por cima, da famigerada geração pós-guerra, aquela que é sempre citada quando se quer explicar a razão do apego aos bens materiais mais ínfimos.
Por estes dias li um artigo de um jornal inglês on-line em que se pregava a mesma política praticada por meus pais, meus avós, e daí para trás, por todos aqueles que não são afortunados materialmente, ou seja, economizar onde seja possível.
Às vezes pode parecer ridículo ou mesquinho, por exemplo, por exemplo, para quem ganha 1 salário, ver quem ganha 10, barganhar alguma coisa. É mesquinho, é o princípio da coisa ou alguma falta de equilíbrio? Só escarafunchando para saber. Quando a gente passa pela falta de alguma coisa, pode chegar aos 3 pontos: ao equilíbrio, à avareza extrema ou à prodigalidade total.
O rabino Nilton Bonder tem um livro bem legal, A cabala do dinheiro, que eu preciso reler. Pergunte-me se eu lembro de alguma coisa escrita nele. Necas. Amnésia total. Só sei que gostei tanto que guardei e me apaixonei pelo escritor e me fez começar a refletir sobre a questão: porque a dificuldade de lidar com o dinheiro? Tratamos o dito cujo ora como objeto de desejo (sentimento de ganância) ora com desprezo, e mesmo raiva - vide Shakespeare, em O Mercador de Veneza, que retrata o judeu agiota como vilão. Não sei se é uma criação ou um reflexo da sociedade, mas o fato é que os judeus ficaram rotulados como essas criaturas que só pensariam em dinheiro e isso seria uma coisa ruim. Ora, eles realmente eram banqueiros, fato histórico. E até hoje os bancos não estão nas listas dos nossos melhores amigos. Portanto, temos realmente um problema de imagem negativa.
A psicologia continua não ajudando. Obviamente, se eu for fazer psicanálise, a coisa vai piorar. Imagine o quanto custa uma terapia?!?! Até terminar e se terminar, a possibilidade de guardar algum din-din foi por água abaixo - ou melhor, escoou para o bolso do analista.
Agora - tempo recente - as mulheres são obrigadas a tomar conta de si mesmas. Não têm para onde correr, e se os bancos quebram (olha aí!), se o fantasma da recessão assombra como aconteceu recentemente, como fazer? Não é à toa que no Brasil está todo mundo correndo para o concurso público. É uma possibilidade, mas não é a única.
Mas não era isso que eu queria escrever.
Dando sequência às arrumações, achei esta 'Dieta do envelope' (Criativa, Abril 2009, por Camila Hessel).
1. Organize uma lista numerada das contas que vc deve pagar no mês, incluindo custos de transporte. (vai ficar difícil - os meus agora são não fixos!)
2. Compre um envelope para cada 1 dessas obrigações (ha! tenho dezenas deles... juntei...)
3. No dia em que receber o salário (daqui a 60 dias, espero...), vá ao banco e retire a quantia necessária p/ quitar todas essas contas. (ahn?)
4. Junte em cada envelope o boleto e o dinheiro que precisa para pagá-lo (hum... e o cartão de crédito? como vou saber quanto é?), arredondando os valores para cima (hiiiiii!). Então, se a conta de luz for R$ 16,30, guarde R$ 17.
5. Ponha os envelopes fechados em uma pasta (essa pasta vai sumir...), ordenando-os pela data de vencimento das contas. O do condomínio que vence no dia 5 deve ficar à frente da mensalidade da academia (que academia?) a ser paga no dia 8, e assim por diante.
6. Agora divida o quanto sobrou (hein? sobrou?) em sua conta-corrente pelo número de dias do mês. Façamos de conta que são R$ 600. Como junho tem 30 dias, o resultado é R$ 20.
7. Trabalhe com essa verba ao longo do mês, sem nunca ultrapassá-la. Está louca para ir àquele show que custa R$ 100? Dê um jeito de ficar 5 dias sem gastar nada, ou passe 10 dias com apenas R$ 10. (ah, é como viajar, a gente calcula X por dia, e vai administrando... no final enlouquece...)