domingo, 12 de setembro de 2010

Brincando de boneca - Fase II




Bizarro pensar que ontem relembrava minhas primeiras bonecas, quando, hoje passeando no shopping, deparei com um balcão da Clinique (http://www.clinique.com.br/), e, voilà!, lá fui eu deixar que brincassem de boneca comigo!


Não, mulher não se resume a brincar de boneca mimetizando a relação mãe-filha, nem vive de passear em shopping, fazer compras e se maquiar. Multifacetada demais para isso. Aliás, um dos grandes equívocos que podemos cometer é não reconhecermos essa característica e nos concentrarmos em um aspecto de nossa personalidade. Usando um clichê, somos pedras - preciosas, por que não? - em estado bruto. Um pode ser que será ou não.


A verdade é que o tempo (leia-se a idade) é um pouco responsável por essa "brincadeira", afinal, se não fosse uma manchinha que apareceu no meu rosto, e uma propaganda que vi numa revista, mais a qualidade da marca, teria seguido meu caminho. Esse mesmo tempo também levou embora um pouco da vergonha que sinto de me expor em público. Não de todo, mas o suficiente para me sentar no meio do shopping e deixar que a expert da marca teste os produtos em mim e depois me maquie, sem que eu tenha a menor consciência do que está acontecendo a minha volta. Uma vez ou outra percebo alguém perto, ou uma outra especialista, mas é só. Imagine se isso aconteceria há alguns anos. Nunquinha.


Tenho de confessar também que esse é um ótimo truque para descansar as pernas e para que cuidem da gente - poderia ser de graça, mas isso não existe, como dizia Milton Friedman. Aliás, esse desembaraço me veio à cabeça em Londres, há dois anos atrás, exatamente quando eu estava quase caindo de morta de tanto cansaço, na Oxford St. e entrei numa loja de departamentos, e uma moça muito gentil quis fazer uma demonstração de maquiagem. Ah, sim, ainda tem isso, a gente ainda está com aquela de exaustão, e para quem não usa nada além de protetor solar e é branco-vampiro como eu, ia cair bem uma corzinha, mesmo artificial. Ficou bem legal. Como hoje também. Tirei a foto (ñ sei pq ñ lembrei de fazer a mesma coisa lá, idiota, afinal, era turista e estava com a câmera na mão! duh!).


Saí com o produtinho (que de inho ñ tem nada, é megacaro, ainda que seja bem mais barato do que uma cirurgia plástica... =D) na bolsa, muito culpada, mas é um dos poucos luxos a que me dou (além dos livros, pelos quais sou compulsiva).


E só ao começar a escrever é que me dei conta da correlação entre os posts de ontem e hoje, passado e presente, e comecei a refletir sobre essa trajetória, mas ainda há muito a pensar, mesmo porque eu não sou a melhor representante da mulher vaidosa, sequer sei andar de salto alto, nem ando de maquiagem, MAS, não posso deixar de pensar no surreal da situação, especialmente se considerar que se costumava ironizar a mulher que ia se arrumar dizendo que ela ia se "embonecar", e segundo o dicionário eletrônico iAulete, o termo significa enfeitar-se com algum exagero. 


Mas eu juro que não exagerei!!!!

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